Mundo Ilusório
Mundo
Ilusório
Cansado
desta minha vida monótona e sem perspectivas de mudança,
resolvi sair
pelo mundo em aventura, sendo assim reclamei á meu
pai a parte
que me cabia de minha herança.
Meu pai
triste com minha decisão, apenas deixou que uma
lágrima
rolasse em seu rosto repleto de emoção.
Deu-me a
parte de direito e se despediu desejando boa sorte,
olhando
fixamente em seu filho que adentrava o mundo
cheio de
ilusão.
Saí de casa
sem para trás olhar, nem me importei com meus
pais e meus
irmãos que no portão de casa estavam á chorar.
Adentrei em
um mundo de aparências, gastando cada centavo
com
futilidades de uma realidade de indecências.
Gastando com
diversão o dinheiro suado de meu pai, assim
desta maneira,
gastei com drogas, mulheres, orgias e bebedeira.
Quando não
mais o talão de cheques podia assinar,
percebi que
meus falsos amigos, aos poucos
estavam á se
afastar.
Hotéis de
luxo,eu não mais podia pagar,estava falido,
perdendo
cada centavo do dinheiro que de meu pai havia exigido.
Triste
decadência, gastei tudo que tinha vivendo uma vida
desregrada, uma
vida de aparência.
Agora não
tenho mais onde morar, uma simples cama,
não posso
pagar, amigos não tenho mais nenhum,
estou só e
abandonado neste mundo de ilusão,
moro agora
nas ruas da cidade, meu cobertor é um
pedaço de
papelão.
Vivo de
migalhas, pedindo esmolas, dependendo da
bondade de
um e de outro cidadão.
Que saudade
de meus pais á quem deixei chorando com emoção,
lá eu era
feliz, dormia em minha cama, tomava café e no almoço
nunca
faltava o arroz com feijão.
Queria
voltar, mas estava cheio de medo,
como dizer
que gastei tudo que tinha em futilidades,
á meus pais
isto explicar?
Há, meus
pais que á anos não vejo mais,
meus irmãos
já devem estar adultos, com certeza
nem se
lembram que abandoná-los fui capaz.
Envergonhado,
resolvi voltar para casa, pedir á meu pai,
perdão, que
me aceite de volta, mas como empregado,
lá eu sei
que terei um lugar guardado, um almoço e jantar,
algo que meu
pai nunca negou a um contratado.
Chegando
perto de casa avistei o velho portão,
meu pai
estava na varanda, já com a barba branca,
neste
momento doeu e bateu forte meu coração,
passou uma
vida inteira diante de meus olhos,
como pude
trocar meu velho pai por uma vida de ilusão.
Quando meu
pai me viu, correndo veio em minha direção,
ajoelhei e
pedi perdão, á ele disse que eu havia feito algo sem noção,
queria
apenas que ele me aceitasse de volta, mas desta vez eu seria
seu empregado,
sendo assim o meu patrão.
Neste
momento com um sorriso, ele me puxou dizendo que não,
me abraçou
chorando e ao Deus gritou em gratidão, me disse
palavras de
amor e depois em minha orelha deu um puxão,
daqueles
como quem diz, você menino aprendeu a lição.
Dinheiro a
gente ganha outro, mas a vida e a alma é uma só,
sendo assim
você preservou a sua reconhecendo seu erro e
voltando
para o seu paizão.
Ouvindo meu
pai, meus olhos choraram de emoção,
de repente
vinham correndo minha linda mãe juntamente
com os meus
amados irmãos.
No momento
em que todos me abraçaram e em meio
aos beijos
de saudade, percebi a grande riqueza
que sempre
tive em minha mão, não era o dinheiro
e muito
menos aquela vida de ilusão, simplesmente
era o amor
de meus pais e também de meus irmãos.
(Jean C. de
Andrade) - Livro Compartilhando Poesias
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